Archive for the ‘Impressões’ Category

O livro dos seres imaginários de Edison Veiga

sexta-feira, setembro 23rd, 2011

Li “Mingutas: correndo da carranca do carimbo, caramba!” (Editora Patuá, 144 páginas) há alguns dias e, confesso, me senti embaraçado para ousar escrever alguma coisa logo em seguida. Isso contudo não representa uma grande novidade. Porque, como já disse aqui mesmo, não sei fazer resenha ou crítica literária. Sei apenas dizer se gostei ou não, incluindo algumas observações aleatórias. No caso do livro de Edison Veiga (Para saber mais sobre autor e livro, clique aqui), essa característica se aprofundou ainda mais em meus sentidos. Porque “Mingutas...”, acredito, tem também esse propósito, ou seja, nos desconcertar. (mais…)

A traição e o Cristo Redentor

terça-feira, setembro 6th, 2011

Tá a maior revolta na Arquidiocese do Rio por causa do anúncio do site Ohhtel.com, dirigido a quem quer ter relações extraconjugais. Motivo: a utilização da imagem do Cristo Redentor no outdoor. A mensagem diz: “Tenha um caso agora! Arrependa-se depois”. É até engraçado, mas a utilização do símbolo de uma religião milenar numa peça publicitária desse tipo é inadequada sim. (mais…)

Lawrence da Arábia e o mistério de minhas lágrimas

quinta-feira, setembro 1st, 2011

http://www.youtube.com/watch?v=RQA_ldX0VI0
Trailer do filmaço de David Lean lançado em 1962

Comprei o DVD do filme “Lawrence da Arábia” (Direção de David Lean, 1962). Só pra rever na hora que eu bem entender. É um dos meus filmes preferidos, embora eles sejam muitos. Mas “Lawrence” tem algo de fabuloso, misterioso, intrigante, algo que sempre me atrai para o deserto do norte da África, onde o tenente inglês exerce papel fundamental na luta das aldeias árabes aliadas ao exército britânico contra os turcos, que na época (a ação se passa durante a Primeira Guerra Mundial) pretendiam anexar a Península Arábica ao seu Império Otomano. (mais…)

Relógio

quarta-feira, agosto 31st, 2011

Acordei outro dia às seis e pouco. A luz pálida que entrava pelas frestas da janela iluminava o relógio branco da cabeceira. Estava ali o tal, logo cedo e já uma expressão pouco simpática emergia de sua moldura arredondada. O ponteiro fino, o dos segundos, avançava incansável, sem rodeios, prepotente como sempre. O maior deles, o dos minutos, punha-se num movimento dissimulado. Sabe aquela chuva que nos convida a atravessar a rua por ser fraca e depois nos surpreende ensopados? Pois assim o é também esse pino longo dos minutos em sua constante zombaria. Já o das horas, aquele curto e grosso, é de um descaramento só. Finge-se morto, mas é voraz. Vai, de pouco em pouco, como o abutre faminto, bicando nossos pedaços. Não dormi mais. Fiquei só olhando aquele relógio...

‘O museu da inocência’

terça-feira, agosto 23rd, 2011

Capa do livro editado pela Companhia das Letras

Acabei de ler “O museu da inocência” (Companhia das Letras, 568 pgs.), do turco Orhan Pamuk, Prêmio Nobel de Literatura em 2006. Para quem gosta de saborear um livro com calma, sem pressa de chegar ao fim, absorvendo a narrativa de modo a aceitar a velocidade imposta pelo autor, é um prato cheio. A história de uma impressionante paixão vivida pelo protagonista, Kemal, um sujeito de trinta e poucos anos que está para se casar mas de repente começa a mergulhar num sentimento que o domina completamente, não poderia ser contada de outro modo que não fosse a passos lentos, com a paciência e a persistência dos amantes que não se atropelam nas carícias por causa do desejo de chegar ao clímax. (mais…)

Sexo e ironia no livro ‘Cidadezinhas’, de John Updike

quarta-feira, junho 22nd, 2011

John Updike, morto em 2009, foi um craque da literatura norte-americana. Não é à toa que ganhou duas vezes cada um os principais prêmios dos EUA, o Pulitzer e o National Book Awards. “Cidadezinhas” (Companhia das Letras, 2004), que ganhei da jornalista Cristina Camargo, foi seu último livro. (mais…)

O afago, a cortada e certos jornalistas

terça-feira, junho 21st, 2011

Às vezes é curiosa a atenção que, por sermos da imprensa, recebemos de pessoas com as quais convivemos circunstancialmente. Às vezes me sinto incomodado. Não no mau sentido da palavra, claro. Apenas me sinto um pouco constrangido quando recebo um afago acompanhado de uma pergunta genérica sobre um assunto qualquer. A pergunta geralmente é uma bola levantada para você cortar. Mas o fato é que nem sempre estamos preparados para dar a cortada. (mais…)

Um livro para respirar pouco

sexta-feira, abril 22nd, 2011

Ricardo Darin (Bejamín) e Soledad Villamil (Irene)

Eu já havia visto o filme e acho que isso ajudou, mas o fato é que o livro “O segredo dos seus olhos”, no qual foi baseada a obra homônima vencedora do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010, é de uma pegada incrível. Da meia-noite de ontem às quatro da manhã de hoje, eu devorei as 160 páginas que faltavam para concluir minha leitura (são 210 páginas). (mais…)

‘Dez dias que abalaram o mundo’ é eterno alerta ao jornalismo moderno

segunda-feira, abril 18th, 2011

Capa da edição da Penguin Companhia

Acabei de ler “Dez dias que abalaram o mundo”, que ganhei do mestre Matinas Suzuki Jr. As considerações mais adequadas, feitas por gente de melhor gabarito, estão nos livros, nos jornais e na internet. Dizer algo a respeito do conteúdo da obra-prima de John Reed está acima das minhas possibilidades. Mas há um aspecto ao qual posso me apegar: nestes tempos de jornalismo de gabinete, o livro dá um nó apertado no dedo de quem atua nessa inexplicável profissão. (mais…)

Como eu festejei o fim do mundo

sábado, abril 16th, 2011

Há um conceito já bastante difundido mesmo entre críticos de cinema: não são necessárias grandes produções para se fazer um bom filme. Muitas vezes, a sensibilidade e a naturalidade garantem um resultado favorável. Principalmente quando obras que se apoiam nesses requisitos são vistas por um público não dependente de tiros, bombas e explosões. “Como eu festejei o fim do mundo” é assim. (mais…)