Archive for julho, 2005

Egalitê e libertê – Texto de Otávio Nunes

quinta-feira, julho 28th, 2005

O velho Marquês de Cavangnour chouteava em seu cavalo pelas planícies verdolengas de sua propriedade em Chateau Brillant, a poucos quilômetros de Paris, naquele lusco-fusco vespertino de 13 de julho de 1789. De repente, um homem atrás de uma árvore gritou:

– Morte à nobreza e liberdade ao povo. (mais…)

Em cartaz, a fantástica fábrica… – Texto de João Pedro Feza

quarta-feira, julho 27th, 2005

Exilado em sua fábrica de grandes ilusões, Willy Wonka Lula da Silva resolve sortear belos cargos a vorazes consumidores de poder. Assim, pensa, colocaria fim à sua encastelada solidão. Alguns felizardos ganham o cobiçado passaporte para entrar na fantástica fábrica da doce vida. Bestificados com o que se descortina perante seus olhares matreiros, imediatamente começam a se lambuzar com as delícias do local. Ninguém passa vontade. (mais…)

Reformas e reformas

quarta-feira, julho 27th, 2005

Bairros e ruas de nomes como Fonte da Saudade, dos Oitis, das Acácias ou Travessa dos Poetas de Calçada, como existem no Rio, são um presente a seus moradores. Em qualquer cidade, deve fazer um bem danado à alma morar ou simplesmente conviver com lugares de nomes tão inspirados. Tirante esses, muito raros, vivemos em meio a centenas de ruas com nomes de generais, desembargadores, professores e doutores sobre os quais temos pouca ou nenhuma informação. (mais…)

Eu quero sempre mais – Texto de Fernanda Villas Bôas

segunda-feira, julho 25th, 2005

“Eu quero sempre mais,
Eu quero sempre mais
Eu espero sempre mais… de ti”

(Eu quero sempre mais, Ira)

Você se lembra da prostituta Vivian (Julia Roberts) negando beijos na boca ao seu cliente Edward (Richard Gere) numa cena memorável de "Uma Linda Mulher"? No filme, o tal cliente é um empresário boa-pinta e milionário, que contrata os serviços de uma acompanhante e a leva para uma suíte de luxo. Quando o clima começa a esquentar, ele tenta beijá-la, mas é sumariamente rejeitado. A moça explica que beijar na boca não faz parte do pacote - é íntimo demais. (mais…)

Gosto mesmo é daqui

sexta-feira, julho 22nd, 2005

De onde eu venho, e talvez noutros cantos, há um costume curioso e passional. Os habitantes do lugar vivem maltratando a terrinha, dizendo isso e aquilo, desancam até a própria sorte, mas se uma pessoa de fora faz o mesmo, alto lá: o ar cheira a pólvora. Tal procedimento incauto do forasteiro pode ser até motivo de briga, e de briga feia, pois um acinte desse não é brincadeira. (mais…)

Sugestões à PF – Texto de João Pedro Feza

segunda-feira, julho 18th, 2005

Muitas outras operações são mais importantes que essas…

A Polícia Federal faz o trabalho dela. A imprensa amplia. E o estrago é grande para quem tomba. Foi assim, principalmente, com a Daslu e a Schin. Há, contudo, operações tão ou mais importantes que ainda não foram desencadeadas pela PF. Deixo abaixo minha contribuição para essa nação de todos - ou seria terra de ninguém?... (mais…)

Reciclagem neles

segunda-feira, julho 18th, 2005

Ao menor sinal de escândalo, apela-se logo para uma CPI. Muita indignação, acusações pela mídia, lavagem de honra, de dinheiro e de roupa suja. Mas quando se vai conferir o resultado, lá se foram tempo, esperança e dinheiro público em vão. Quase tudo fogo de palha. No apagar das luzes, apenas a assinatura do diabo e, no ar, um cheirinho de enxofre, quer dizer, de mussarela e orégano. (mais…)

Se um santo vira diabo, isso não quer dizer que todos os diabos vão virar santos

sábado, julho 16th, 2005

Francamente, não estava nos meus planos escrever sobre as atuais desgraças políticas do país. Mas, confesso, é difícil para qualquer cidadão, jornalista ou não, isentar-se de opinião sobre o assunto. A minha – o leitor que não se desespere – é curta e grossa. E é esta: não é porque de um dia para o outro o santo virou diabo, que todos os diabos se transformaram em santos. (mais…)

Conselho de Nelson Rodrigues

sexta-feira, julho 15th, 2005

Nelson Rodrigues dizia – não sei se tantas ou poucas vezes – que, em vez de ler muitos livros, as pessoas deveriam dedicar-se a reler alguns, e reler sempre. Quem sou eu para contradizer Nelson Rodrigues? No entanto, como qualquer outro reles mortal, tenho todo o direito de discordar dele ou de quem quer que seja. (mais…)

Crônica – Texto de Leonardo Brasiliense

sexta-feira, julho 15th, 2005

Agonia de mãe. A casa é minúscula, um barraco, mas é o que ela tem. Ou tinha, porque arde, vira carvão. Os vizinhos acodem com baldes d’água. Mais por medo que o fogo se alastre que por solidariedade, mas é o que se tem. (mais…)