Archive for julho, 2008

Blablablá

domingo, julho 27th, 2008

Leio, releio, trileio: gente de todo tipo discute o futuro dos jornais, as perspectivas sombrias da literatura, o avanço da internet.

Claro que não sou contra debates que busquem vislumbrar caminhos importantes para a sociedade. Mas, cá entre nós, quanto blablablá! (mais…)

solidão – Texto de Thiago Roque

sexta-feira, julho 18th, 2008

desde pequena, solidão sonhava em ser professora – influência direta da mãe, distância, que lecionou durante anos e anos no colégio da cidade.
magrinha, cândida, áurea de paz e de sorriso sempre colado ao rosto (parecia ter nascido com ele), não tinha um (aluno, pai, professor) que não se encantasse por ela. (mais…)

Meu amigo Déco

sexta-feira, julho 18th, 2008

Tenho um grande amigo que se chama Déco. Aliás, este é o apelido dele. Logo que comecei a estudar jornalismo, no começo dos anos 1980, eu era sócio de um jornal que concorria com o dele. Mas assim mesmo nos tornamos muito próximos. Amigos. Não é preciso acrescentar “de verdade” porque se o amigo não for “de verdade”, não é amigo. Passamos bons anos naqueles tempos. O Déco sempre foi um sujeito muito topetudo, como às vezes se diz daqueles que não têm medo de cara feia e muito menos das conseqüências de sua originalidade. E daí é que vem este incrível caso. (mais…)

Faroeste caboclo

quarta-feira, julho 16th, 2008

Ei, Renato Russo, como é aquela mesmo? Ah, sim.

João Roberto era o maioral
O nosso Johnny era um cara legal

Pena que nunca se saberá se João Roberto teria um Opala metálico azul. Muito menos se ele pegaria no violão e conquistaria as meninas e quem mais quisesse ver. (mais…)

Contraste

segunda-feira, julho 14th, 2008

Sonhou com uma concha e acordou em alto-mar.

E-mail: dudu.oliva@uol.com.br

A volta e a volta – Texto de Otávio Nunes

sábado, julho 12th, 2008

Teresa acordou e olhou para o filho Claudinho, que dormia na cama ao
lado, impunemente, como um pássaro no ninho. Dali a pouco teria de
acordá-lo para ir à escola que ficava no caminho entre sua casa e o
trabalho. (mais…)

Osmose

quinta-feira, julho 10th, 2008

Entrou um inseto no meu ouvido direito. Não que faça muita diferença ter sido no direito ou no esquerdo, mas estou sendo fiel aos fatos. Ele entrou no ouvido direito, e lá se encontra até hoje. Tem mais de duas semanas que isso aconteceu e a essas horas ele já deve estar morto. Porque se ainda estivesse vivo, pelo menos daria para ouvir seu zumbido de desespero ou seu movimento, cócegas, enfim, vida. E não sinto nada. (mais…)

Os mentirosos

quarta-feira, julho 9th, 2008

Ele forjava cartas de amor para a prima moribunda e ela fingia não saber de nada. A única verdade era a cumplicidade inconsciente que havia entre eles.

E-mail: dudu.oliva@uol.com.br

Matança

terça-feira, julho 8th, 2008

As crianças são um tipo curioso de gente. Elas são cheias de vontades. Agora querem uma coisa. Daqui a pouco, outra. Sonham ser isso e aquilo, desistem logo, inventam outros desejos. Um dia, bem criança ainda, minha filha expressou seus planos para o futuro: seria cantora e vendedora de calcinhas. Incrível! (mais…)

1982, Barcelona

sexta-feira, julho 4th, 2008

Tanto tempo se passou! O jovem que eu era já se transformou apenas numa viva recordação de minha memória, hoje tenho filhos que namoram e planejam entrar na faculdade, meu casamento nem sei quantos aniversários completou. Mas assim mesmo não se põe um dia sem que aquelas imagens pairem, nítidas, diante de meus olhos. Primeiro, o zunido do vento breve e violento; depois, o sol insubordinado e veloz; e por fim, o terrível ruído guinchando em nossos ouvidos, ao mesmo tempo em que sobre nossas cabeças o céu se fecha abrupto, como se fosse nos tragar através de suas brumas, e estas num só instante se tornam breu. O que houve de errado para que só a mim, entre tantos outros, restasse a lembrança? Não dizem que somos peças de uma grande engrenagem? Quantas vezes uma só peça, por mais insignificante que seja, compromete toda a máquina? É como penso: sou uma peça assim. (mais…)