Archive for julho, 2007

A conferência das baratas – Texto de Lucius de Mello

segunda-feira, julho 30th, 2007


“A família é a instituição mais
misteriosa do universo.
E nesse lar, ao invés do astronauta
eu prefiro ser a mosca na parede.”

Amós Oz

Encontrar insetos em praças públicas não é nada difícil no Brasil. Mas o que o público da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty – encontrou este ano na praça da Matriz, na cidade do litoral fluminense, não era qualquer um. Era a mais famosa barata do mundo. A que fez García Márquez decidir que seria escritor na vida e escrever Cem Anos de Solidão. Fantástica. Imensa. Enigmática. Estava lá enrolada numa coberta deitada sobre uma cama. Uma barata no divã? Talvez fosse mais um freudiano analista de papel machê generoso com os curiosos que paravam. (mais…)

Lembre e responda antes de morrer – Texto de Reinaldo Chaves

segunda-feira, julho 30th, 2007

“Esse é seu último dia de vida, Antenor. Ninguém sabe, mas quando todos estão para morrer recebem a minha visita em sonho. É de sua própria natureza estes serem estranhos, fragmentados e enigmáticos, por isso assumo essa forma de cavalo e quando você acordar não vai se lembrar de mim totalmente, só vai sentir uma sensação nova, que nunca teve durante a vida e que vai te forçar a lembrar de tudo o que fez na sua existência. Esse sonho final tem um propósito para todos, mas você terá que descobrir sozinho qual é”. (mais…)

Four ever Brazil – Texto de Otávio Nunes

domingo, julho 22nd, 2007

Washington, Lincoln, Roosevelt e Kennedy nasceram no mesmo bairro, a
Favela Tio Sam. Cada um, a seu modo, exerceu enorme influência na vida
local e até hoje são lembrados como beneméritos da comunidade. (mais…)

É de manhã na Noruega – Texto de Fernanda Villas Bôas

sábado, julho 21st, 2007

Chama-se “Morning Mood” (algo como “Espírito da Manhã”) a suíte do compositor norueguês Grieg, composta para a peça “Peer Gynt” do dramaturgo conterrâneo Henrik Ibsen, encenada pela primeira vez na Itália em 1867. “Morning Mood” embala Gynt, o personagem perfeito nas suas imperfeições. O maior problema da composição é o excesso de execuções. É como “Carmina Burana”, que já serviu para ritos egípcios no cinema, para as maluquices de Michael Jackson e até para comercial de bolacha no Brasil. (mais…)

Coração de lobo – Texto de Otávio Nunes

sábado, julho 21st, 2007

O jornalista Hélbom Dellide chegou cedo ao pavilhão de exposições onde
se realizava a maior feira de informática do país. Trazia embaixo do braço dezenas de pastas, contendo o kit de imprensa com releases, fotos, gráficos, CD Rom e uma canetinha de brinde. Ele trabalhava como assessor de imprensa da Soft-Enterprise, fabricante de softwares empresariais, para as áreas de contabilidade, produção, estoque e vendas. (mais…)

O futebol e o armário – Texto de Fernando BH

quarta-feira, julho 18th, 2007

Na última semana um assunto estourou. Não foi como uma bomba porque grande parte da imprensa resolveu ignorá-lo, com receio de tocar na ferida.

Tudo começou quando a jornalista Fabíola Reipert, da coluna "Zapping" do jornal Agora e da Folha Online, publicou em 25 de junho que o programa Fantástico estava negociando uma entrevista exclusica com um jogador de um grande clube paulistano, disposto a revelar sua homossexualidade. (mais…)

Stuttgart – Texto de Reinaldo Chaves

terça-feira, julho 17th, 2007

Nunca fiz isso, juro. Mas o que tem demais? Essa carta deve ser para alguém que morou aqui há muito tempo. É uma casa velha e que eu saiba está alugada há vários anos. Talvez até o destinatário já esteja morto.

E também é uma carta da Alemanha, achei isso muito bacana. Provavelmente nunca vou ter dinheiro para ir lá. O mais longe que fui foi ao Paraguai, e olha que há dois anos. (mais…)

Morte banalizada

terça-feira, julho 17th, 2007

As épocas sempre são sangrentas. Nos campos de batalhas ou nas ruas, as pessoas morrem sem poder evitar. Pode parecer paradoxal, mas faz parte da vida. Não se costuma dizer “é a vida” quando uma morte é lamentada? Essa história de violência, na verdade, já me traz um ar de incerteza quanto à possibilidade de seu esvaziamento. (mais…)

10 papos com o escritor Leonardo Brasiliense

segunda-feira, julho 16th, 2007

1 Você foi indicado ao Jabuti com um livro para adolescentes (embora eu o tenha lido e acho que serviu para mim também – rsrssssss). É a esse segmento que você pretende se dedicar mais a partir de agora ou a investida foi por acaso?

Leonardo – Esse livro foi escrito por sugestão de uma professora que trabalha literatura com adolescentes e de um amigo escritor de livros juvenis. Ambos viram que o miniconto funcionaria bem com nossos jovens apressados. Por enquanto, não tenho nenhum outro projeto no gênero. (mais…)

A casa triste

sábado, julho 14th, 2007

Naquela casa triste da minha rua morou um dos mais sublimes amores de que se tem notícia. Fosse em outros tempos e atrevo-me a dizer que talvez servisse de matéria-prima para escritos de Shakespeare esta lancinante história que, por falta de quem a transforme num belo romance, será contada por mim mesmo. (mais…)