Posts Tagged ‘Comportamento’

Poema: Revolução

domingo, abril 7th, 2013

Para onde vocês foram,
que eu não os vejo mais?
Estão bem à minha frente
ou logo ali atrás?

Onde estão seus sonhos? (mais…)

Desculpe, mas é que…

sábado, abril 6th, 2013

O médico marcou o procedimento para as 11h, no próprio consultório, por ser uma intervenção muito simples. Às 11h30 ligou para o consultório pedindo à assistente que se desculpasse comigo, mas é que terminava uma alta para outro paciente no hospital e já estava a caminho. Ao meio-dia a assistente me chamou para me preparar para o procedimento, o médico apareceu às 12h20 para dar um alô e só retornou às 13h, quando então começou a pequena cirurgia, duas horas depois da hora marcada. (mais…)

O coronel e o cabeleireiro nas barbas do sertão

quarta-feira, março 27th, 2013

Naquela época era a passagem dos velhos tempos para os novos. Os coronéis ainda mandavam, mas não mandavam. As leis valiam, mas não valiam. As gentes tinham preconceitos, mas não tinham. Antes do almoço, na hora do aperitivo, no balcão de madeira, diante do cálice de cachaça, o coronel Manduri entornava o aperitivo.

- Mas do que se trata o novo negócio aí em frente? - perguntou ao colega coronel Queixada ao observar um toldinho verde recém-instalado sobre uma porta de vidro. (mais…)

Eu acredito em lobisomem (claro!)

terça-feira, março 26th, 2013

Porque em junho de 2004, numa madrugada fria e cheia de lua, eu voltava a Bauru pela Rondon, quando avistei algo atravessando a pista lentamente. Era muito grande para um cachorro e muito pequeno para um cavalo. Reduzi imediatamente a velocidade para evitar o acidente e ao mesmo tempo puxei a alavanca para dar luz baixa, o que ajuda a não deixar o animal confuso em sua travessia. (mais…)

Oi, bom dia!

quinta-feira, março 14th, 2013
Eustácio, o impagável rabugento de Coragem, o cão covarde

Eustácio, o impagável rabugento de Coragem, o cão covarde

Tenho um amigo que fica puto da vida porque, segundo ele sem qualquer motivo que ele saiba, um vizinho não o cumprimenta de jeito nenhum. Nem oi nem bom dia nem nada. E parece que não é o caso de introspecção ou coisa parecida. É falta de educação mesmo. Enfim, eu acho graça. Porque aprendi a fazer disso uma espécie de “descarrego”. (mais…)

De homens e papas

quarta-feira, março 13th, 2013
Afresco de Michelangelo na Capela Sistina

Afresco de Michelangelo na Capela Sistina

Na minha cidade havia um padre que era super moderno, isso lá pela década de 1980. Pois bem, criticavam-no. Antes dele, tinha um que era “uma peste”, segundo a língua de boa parte da população. O outro não esperava a noiva que se atrasava. E assim vai. Todos sempre têm algo a ser criticado. No caso dos papas, chegam a Vasculhar até a infância do dito cujo para achar alguma ferida que ainda possa feder. (mais…)

Meu minimanifesto 8 de março

sexta-feira, março 8th, 2013

Eu sempre não sei se falo não falo algo para as mulheres no dia 8 de março. Acho que fico com a maior cara de besta. Tenho a sensação de que datas assim acabam sempre caindo naquele velho ralo mercantilista oportunista chauvinista sem sentido. Mas também penso que sem certas datas simbólicas seria mais difícil para a humanidade obter a consciência necessária sobre seus erros e a partir daí buscar caminhos mais decentes. Fico, portanto, nesse incômodo fio da navalha. Isso, entretanto, não quer dizer que…. Ah, vá! Feliz dia internacional da mulher, mulherada!

O medo

quarta-feira, março 6th, 2013

Quando o Sr. Mendonça apareceu na porta da lanchonete naquela tarde de outono, todos se voltaram para ele. Sempre se comportavam assim. Era numa dessas cidadezinhas onde, ao final do expediente, muitos conhecidos se encontram em certo local para beber ou comer ou só para conversar. E o local era aquela lanchonete, onde sempre que alguém entrava os que já estavam lá se viravam para dizer um cumprimento qualquer, uma saudação alegre e descontraída.

Mas naquele dia, quase ninguém levou a cabo o velho hábito. (mais…)

A origem das coisas: piada de velório

quarta-feira, fevereiro 27th, 2013

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“No velório de Adão, a serpente – que havia ficado amicíssima de Eva – pergunta à viúva: vai enterrá-lo vestido com a folha de parreira? E ela responde: ah, vou, mas nem precisava, viu, querida? Uma folhazinha de laranjeira já resolvia. E diz que as duas não podiam mais olhar uma para a outra sob a ameaça de passarem o velório inteiro rindo.” (mais…)

No meio-fio

sábado, fevereiro 23rd, 2013

Durante todo o tempo em que permaneceu deitada, Flavinha não tirou os olhos da pequena planta, um pezinho raquítico que aparentava um resto de canteiro abandonado. O caule fino como um palito de fósforo, três folhas murchas viradas para o chão feito bocas tristes e, paradoxalmente, a flor despontando festiva, como se o raquitismo dali para baixo não fosse com ela. (mais…)