De homens e papas

Afresco de Michelangelo na Capela Sistina

Afresco de Michelangelo na Capela Sistina

Na minha cidade havia um padre que era super moderno, isso lá pela década de 1980. Pois bem, criticavam-no. Antes dele, tinha um que era “uma peste”, segundo a língua de boa parte da população. O outro não esperava a noiva que se atrasava. E assim vai. Todos sempre têm algo a ser criticado. No caso dos papas, chegam a Vasculhar até a infância do dito cujo para achar alguma ferida que ainda possa feder.

Sobre o cardeal argentino eleito papa, já aparecem várias citações que o ligam com a ditadura, com a direita conservadora etc etc. A verdade é que se o mundo católico (ou não) quer um papa santo, pode esquecer. Porque o papa, o bispo, o aiatolá, o pai de santo e todos os outros que chegam ao topo de suas igrejas são humanos. E os humanos algum dia fizeram merda. Essa verdade incontestável, entretanto, não significa que não possam mudar e se tornar pessoas melhores. E isso serve para papas e bandidos.

Em tempo: embora eu não seja católico (nem de qualquer outra religião), também gostaria de ver um papa realmente progressista que quebrasse velhos tabus e compreendesse as transformações do mundo, mas tenho certeza de que pra mim não vai dar tempo. Porque a chamada igreja romana se mexe e se expõe como uma tartaruga gigantesca sob seu casco impenetrável. E tudo isso, cá entre nós, é perfeitamente previsível.

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