Archive for the ‘Contos’ Category

Um velho caderno

segunda-feira, fevereiro 17th, 2014

Sabe aquela menina sobre quem já te falei algumas vezes? Aquela que talvez tenha sido uma paixão platônica na escola. É, essa aí. Hoje eu a vi novamente. (mais…)

O badalo misterioso

quinta-feira, janeiro 23rd, 2014
Achei esta foto linda para ilustrar o conto (mas infelizmente não achei o crédito)

Achei esta foto linda para ilustrar o conto (mas infelizmente não achei o crédito)

O pequeno grupo de alunos reúne-se depois das aulas noturnas para ler em voz alta e discutir obras literárias de grandes autores. Um dos estudantes, filho do dono de uma modesta livraria nas imediações da escola, convencera o pai a ceder-lhes o espaço para as sessões semanais.

E lá estão naquela noite combinados de falar sobre Tchékhov*. Para começar, uma das quatro moças havia escolhido a leitura de um conto pouco comentado cujo título da edição que tem em mãos é “Pavores”. (mais…)

Vozelindo

sexta-feira, janeiro 10th, 2014

Al­vo­re­cer. Ele pa­rece pi­sar em falso em seu pro­gresso pela es­tra­di­nha que liga o pe­queno sí­tio à ci­dade. Vai meio as­sim, de banda. O pri­meiro sol bate em meia face. No en­calço, emendam-se os ne­tos pe­que­nos: o Pe­dro e a Lú­cia. De ma­nhã, sem­pre é as­sim. Leva as cri­an­ças e as ver­du­ras. En­quanto es­tu­dam umas, vendem-se as outras. (mais…)

Réquiem aos fantasminhas apaixonados

quarta-feira, janeiro 8th, 2014

– Está bem, está bem, mas é a última vez que eu conto.
– Até parece…
– Caramba, já não tenho mais paciência para isto!
– Você fala assim todas as vezes que voltamos aqui. Aliás, você tem certeza de que foi aqui? O poste era este mesmo? (mais…)

Um dia de calor e outros minicontos

segunda-feira, setembro 16th, 2013

De minutos em minutos, uma folha seca flutuava sem pressa. Uma delas se enroscou no seu cabelo. Deixa, ficou como enfeite. Havia um pouco de poeira se erguendo do chão de terra bem à nossa frente. O tronco e as raízes expostas soltavam fiapos de cascas ressequidas. A paisagem diante dos nossos olhos, atravessando as pastagens do outro lado da rodovia e perdendo-se no horizonte, cintilava ao mormaço. O carro quebrado, à sombra rala da mesma árvore onde nos sentamos, acentuava a sensação de indolência. Tudo, tudo estava tão seco! E nós dois, úmidos. (mais…)

Minicontos sem ter um porquê

sábado, setembro 14th, 2013

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O filho distante
Às vezes, vinha-lhe à cabeça a hipótese assustadora de que ao ficar velho, inútil e, quem sabe, paralítico, não haveria um filho para barbeá-lo. Ou agora mesmo, um pai que se preocupasse com seu paradeiro. (mais…)

O paradeiro do 176-617

segunda-feira, setembro 2nd, 2013

O garoto de uns oito anos lhe puxou as calças: – delegado, delegado, foi ele! – e apontou para o gibi na página onde o 176-617 tinha um quadrinho só para si.

O sisudo policial, da altura de seus 60 anos e de tantas caçadas a bandidos, entregou-se a um instante de ternura:- Foi mesmo? Pois vamos capturá-lo – disse com um sorriso ao menino de olhos arregalados e sobrancelhas erguidas. (mais…)

Paixão na janela

domingo, abril 14th, 2013

A rua de mão única, estreita, com placas de é proibido estacionar, com lojinhas de tudo quanto é tipo, com velhos comerciantes debruçados sobre o balcão, com gatos estilosos deslizando nos telhados mais baixos, com paralelepípedos de cujas fendas apontam teimosos capins, com a montanha ao fundo feito uma gravura de principiante, com o entardecer melancólico dos corações judiados, com tanta coisa aquela rua, e no terceiro andar do prédio mais alto de três andares, por entre o tecido tremulante da cortina, a silhueta contornada pelos últimos raios do sol que penetram pelo lado oposto, os cabelos ondulando de leve, a face imóvel dirigida aos meus movimentos aqui embaixo, na calçada de ladrilhos quadrados, olhando lá pra cima enquanto passo na volta para onde mesmo? (mais…)

Portal Outras Palavras publica conto inédito que escrevi

segunda-feira, abril 1st, 2013

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O coronel e o cabeleireiro nas barbas do sertão

quarta-feira, março 27th, 2013

Naquela época era a passagem dos velhos tempos para os novos. Os coronéis ainda mandavam, mas não mandavam. As leis valiam, mas não valiam. As gentes tinham preconceitos, mas não tinham. Antes do almoço, na hora do aperitivo, no balcão de madeira, diante do cálice de cachaça, o coronel Manduri entornava o aperitivo.

- Mas do que se trata o novo negócio aí em frente? - perguntou ao colega coronel Queixada ao observar um toldinho verde recém-instalado sobre uma porta de vidro. (mais…)