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Ausência – Texto de Dudu Oliva

sábado, abril 26th, 2008

Recebe um e-mail que se revela sem ele clicar em nada: “Você sempre será a minha ponte, que me leva para razão”. Vai à casa de Débora, a porta está aberta. A mulher chora com uma foto dele entre os seios. Lembra-se do acidente há três anos. (mais…)

Depois de uma noite de amor – Texto de Dudu Oliva

terça-feira, março 11th, 2008

– Como se chama?
– Literatura.
As letras emanaram de seu corpo e o homem tentou fugir, mas aderiram à sua pele rapidamente. Sentiu um caos dentro de si.
– Eu lhe disse que era voraz…

E-mail: dudu.oliva@uol.com.br

7 pecados – Texto de Dudu Oliva

sexta-feira, março 7th, 2008

GULA

Foi ao Japão para assimilar a técnica da invisibilidade ninja. O aprendizado foi proveitoso. Nas festas, era imperceptível aos olhares de todos quando colocava salgados e doces num saco plástico. Depois, sozinho, devorava-os em casa. (mais…)

Indomáveis – Texto de Dudu Oliva

segunda-feira, fevereiro 18th, 2008

Meus pensamentos são como estes dois cavalos selvagens que galopam destemidos ao lado da cachoeira. Escrever é uma forma de domá-los, mas muitas vezes são velozes e não consigo acompanhá-los. Acalmem-se! Fazem muito barulho com suas patas na minha cabeça. Nunca atendem meus pedidos. (mais…)

Memórias – Texto de Dudu Oliva

quinta-feira, fevereiro 14th, 2008

“Disse-me, uma vez, que ouviria melhor suas palavras quando não estivesse mais aqui. Hoje, vivem em mim. Você não é só lembranças ou um dado da minha biografia. É um ser fictício que imaginei nas minhas fábulas íntimas. Uma amiga me contou que quando saímos de casa ou nos separamos das pessoas próximas, congelamos o momento que se viveu até a partida. Tenho medo de você não ser o que registrei nas minhas memórias verdadeiras e imaginadas."

E-mail: dudu.oliva@uol.com.br

Ceia de Natal – Texto de Dudu Oliva

terça-feira, dezembro 18th, 2007

APARTAMENTO 101

Antônio só está de cueca sentado na poltrona. Bebe cerveja e assiste a tv. O telefone toca várias vezes, não atende. Sempre fica triste nesta época, lembra das pessoas queridas que já se foram. A campainha toca, é Marinalda:

– Vem passar o Natal lá em casa, seu Antônio, tem tanta coisa… (mais…)

Três tigres tristes – Texto de Dudu Oliva

quarta-feira, dezembro 12th, 2007

O título já dá a idéia da narrativa: refere-se a um trava-línguas* famoso. É um romance com diversos personagens que caminham por La Rampa, o bairro boêmio de Havana, entrando e saindo de cabarés, mantendo longos diálogos. Os personagens estão o tempo todo citando uns aos outros. O livro não é caótico, esta idéia é equivocada. A narrativa é anacrônica, mas os personagens e episódios possuem conexão. Não há um narrador onisciente. (mais…)

De repente – Texto de Dudu Oliva

domingo, novembro 18th, 2007

DE REPENTE

Através da janela protegida por uma grade e com vidros revestidos de insufilme vejo os pombos voando para lá e para cá; o vento balança os fios dos postes e as folhas das árvores. Um passarinho se equilibra num destes fios ao lado da carcaça de uma pipa. As construções cada vez mais altas não permitem observar o morro, onde antigamente a primeira coisa que eu mirava era o verde intenso. (mais…)

Cenas – Texto de Dudu Oliva

segunda-feira, novembro 5th, 2007

Na janela, uma senhora deixa-se molhar pela chuva.
Com duas bolsas cheias uma jovem corre para a marquise.
Homem briga com outro por causa do carro batido.
Os pombos encolhidos no telhado em um prédio antigo. (mais…)

Vozes do Deserto, de Nélida Piñon – Texto de Dudu Oliva

domingo, outubro 21st, 2007

“Os contos das Mil e uma noites povoaram a imaginação de sem-número de leitores que, pendentes dos narradores, ansiavam para saber o que riria acontecer com Simbad e Zonaide e, com o mesmo fôlego curto, temiam pela sorte de Scherezade entregue ao capricho do mais cruel dos ouvintes.” ( escritor Alfredo Bosi)

Antes de falar sobre o romance que acabei de ler – Vozes do Deserto (Record, 2005), contarei brevemente uma lenda oriental – UMA FÁBULA SOBRE A FÁBULA. (mais…)