Receita para ganhar na loteria

Antonio Carlos Barbosa, técnico que dirigiu a seleção brasileira de basquete feminino, estava no almoço que comemorou os 50 anos de carreira de Samuel Ferro, outro nome bastante conhecido no esporte nacional pelo seu trabalho como jornalista em São Paulo e que agora se dedica a comandar a TV Preve, emissora de Bauru que ele mesmo implantou há vinte anos. Convidado para o evento, sentei por acaso à mesma mesa do Barbosa.

Depois que, ao lado do economista Reinaldo Cafeo e do grande jornalista Zarcillo Barbosa, a gente se queixou dos preços das bebidas nos bares e restaurantes de Bauru, das altas taxas que cobram e dos baixos juros que pagam os bancos, depois que o Barbosa falou da história de Bauru e também depois que o Zarcillo quis saber como andava o jornal Bom Dia (e eu disse a ele que saí faz tempo e que o jornal infelizmente definhou), o Duda veio à mesa.

Duda Trevizani, superintendente da TV Preve e comandante do Preve Objetivo, passou para dar um alô e fez um comentário sobre Cafelândia em tom de brincadeira. “É a única cidade do mundo onde a eleição empatou duas vezes”, exagerou (na verdade, acho que foi uma vez só). Foi quando Barbosa (o técnico), alertado de que se tratava da minha cidade, disse que conhecia gente de lá. “Como vai o Jurandir Burghetti?” “Bom, pelo que sei, ele não joga mais na Cafelandense”, brinquei. “Manda um abraço pra ele”, devolveu o Barbosa. E em seguida: “E o Argeu? Está bom? Professor de educação física”. “Sim, Argeu de Godoy, meu professor”, eu disse, e acho que de Cafelândia inteira.

O Duda, que é de Pirajuí, e ainda estava por ali papeando, vira-se de repente e diz: “sabe que eu e o Argeu ganhamos na loteria?”. Caramba, pensei, será que foi agora? Mas não. Faz um balde de décadas. O prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho, que também estava por lá, nem devia ter nascido ainda (em Cafelândia, claro!).

Diz o Duda que num sábado ele e o Argeu estavam juntos não sei em que evento e resolveram arriscar a sorte na loteria federal. Compraram alguns pedaços de certo bilhete e foram embora. À tardezinha, ainda juntos, ouviram o espocar de rojões. “O Argeu disse pra mim”, conta o Duda, “tá ouvindo os fogos? Ganhei na loteria”.

E não é que depois, ao conferir, viram que realmente tinham levado o prêmio?

Bom, a receita é essa. Faça sua aposta e torça para alguém soltar rojões na hora do sorteio. Se não der certo, não esquente a cabeça. Como dizia o Seu Argeu durante nossas aulas de educação física, o importante é competir. Quanto a esse mandamento, vou tranquilo. Faz tempo que, bem ou mal, estou no jogo. E quando você está há muito tempo no jogo, você aprende alguma coisa.

Eu aprendi que se o jogo te der as costas, é aconselhável responder a ele com as palavras do Cazuza: “se você achar que eu tô derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados, porque o tempo, o tempo não para”.

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