Erasmo e Roberto; a Cris e eu

Acabo de ver no Jô a entrevista com Erasmo Carlos. Não sou fã do Erasmo. Sou admirador. Eu o admiro pela postura. Pelo caráter. Pela ética. E, acho que no fim das contas, pela amizade. Não deve ser fácil manter uma amizade cinquentenária com o chamado Rei. Estar ao lado do cara que leva toda fama mesmo quando você faz parte dela. Mesmo quando, às vezes, você é o responsável por ela.

Eu tenho uma grande amiga, que se chama Cristina Camargo. É uma das jornalistas que mais admiro. Não deve absolutamente nada para nenhuma outra. Para nenhum outro. A Cris é uma puta fã do Chico Buarque. Aliás, mais do que fã. Ela, se o Chico deixasse o Olimpo e viesse aos mortais, teria um caso com o deus. Assim como várias amigas que conheço.

Ultimamente, porém, a Cris está corneando o Chico. Anda arrastando as asas para o lado do Robertão, o chamado Rei. Anda ouvindo Roberto com os olhos cheios d'água. Mas duvido que ela, nessas horas, pense muito no Erasmo. Poucos pensam. Não, não é culpa da Cris ou de nenhum outro. É que a vida é assim mesmo. A vida foi feita para alguém conquistar o espaço pelo qual todos lutam.

E nesse espaço só há paz quando entra em cena essa coisa intraduzível que é a amizade. O que seria do Roberto sem o Erasmo? O que seria de mim sem a Cris? Claro, não tenho fama, não tenho dinheiro, não sei cantar. Mas tenho amigos. E isso importa muito. Erasmo deve ser um puta amigo.

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One Response to “Erasmo e Roberto; a Cris e eu”

  1. Sonya disse:

    Legal seu texto Marcio…talvez sem a real, verdadeira e silenciosa amizade de Erasmo a trajetória de Roberto tivesse sido outra não é mesmo?
    Assim é a influência de um bom amigo em nossas vidas.
    Abração.