Sobre a morte em serviço de policial de 27 anos

Claro que eu não vou dizer aqui “e agora, cadê o pessoal que defende os direitos humanos?”. Porque o pessoal que defende os direitos humanos defende uma parcela da população que a sociedade marginalizou, encurralou, deixou quase sem saída. Defender os direitos humanos, portanto, mais do que obrigação, é praticamente um certificado, triste e necessário, de que ainda não deixamos escapar completamente o pouco de humanidade que nos resta.

Mas é preciso, sim, olhar com atenção para este episódio trágico e admitir que um policial hoje vive em constante estado de guerra, certamente como nenhum outro cidadão.

Sim, é preciso melhorar a qualidade do serviço policial.

Sim, a truculência e a falta de preparo de grande parte dos soldados colaboram para alimentar a própria violência.

Mas o fato é que, assim como cidadãos pobres e marginalizados, também os policiais estão sendo empurrados para o corredor da morte.

A violência dá mostras de sair completamente do controle.

A impunidade, o crime organizado e um sistema falido de segurança que precisa ser reestruturado com urgência sustentam um grande curral brasileiro onde o cidadão é marcado e morto como num abatedouro sanguinário.

Reportagem sobre o assunto no Jornal da Cidade (Bauru): clique aqui

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