Chico, o maior de todos

Dizem que quando vamos ficando velhos, gostamos de nos apegar a coisas do passado, aos ecos de nossa vida. Acho que estou ficando velho. Sempre que posso me divirto com a "Escolinha do Professor Raimundo". Passa no canal Viva.

Não sou saudosista. Apenas tenho saudades. Isso não quer dizer que desprezo o hoje, a vida bem melhor de hoje (se comparada, por exemplo, aos velhos tempos de Chico City, nos anos 1970). O fato é que ver o que passou revolve dentro de nossa alma o que fomos e o que gostaríamos de ter sido, o que fizemos e o que gostaríamos de ter feito (ou não ter sido ou não ter feito).

Chico Anysio vasculhou as nossas almas com seus incríveis personagens. Não há como ficar alheio à sua morte. Sua arte, criticada ou respeitada, levou para a TV o Brasil peladão. Mostrando tudo.

É uma pena que desta vez não seja só um vapt-vupt. Não é intervalo. É o fim mesmo. Acabou o programa. Os créditos estão passando na tela. Morreu Chico, o maior ator brasileiro de todos os tempos.

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2 Responses to “Chico, o maior de todos”

  1. Sonya disse:

    Pois é Márcio…
    Leonardo da Vinci tem uma frase que exemplifica bem a vida e a morte deste grande ator…”Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”.
    Talvez poucos de nós consigamos, mas Chico Anyzio
    com certeza conseguiu.
    E prá nós fica a lembrança de um humor sem frescuras, mas saudável e até mesmo inocente…o que não mais se encontra hoje em dia.
    Saudade…

  2. Rogério Castro disse:

    É isso aí, subescrevo.
    P.S.: Gozado, fui ver a exposição ontem na pinacoteca (de obras de Alberto Giacometti), e tive a mesma impressão. O mundo melhorou bastante desde que ele, Giacometti, morreu em meados dos anos 60. Mas como tá difícil imaginar nos tempos que correm um artista tão maiúsculo.
    Abração.