Homenagem ao Dia da Mulher: tetas que não esquecemos

Repito aqui crônica que publiquei em abril de 2010.

A primeira Teta que vi, claro, foi a da minha mãe. Aliás, foram as primeiras tetas. Porque, afinal, elas são duas. Mas eu não me recordo, embora eu tenha mamado até 4 anos de idade (eu sei, um absurdo!) e minhas lembranças tenham origem bem antes disso – aos 2 anos.

Curiosamente, naquela época pronunciar “teta” era quase dizer um palavrão. E pensando bem até hoje ela é pouco usual (digo a palavra - rssss), mesmo sendo antes de mais nada nossa primeira fonte de alimento.

Mas uma coisa é certa: sua presença entre nós, sob o ponto de vista das referências psico-sexuais (existe?), é de uma complexidade magnífica. Talvez a única coisa capaz de derrotá-la nesse aspecto seja o pênis. Aliás, o Pinto (para aqui igualar a terminologia ao mesmo patamar de Teta).

E mesmo assim porque esse ser mitológico (o Pinto) é objeto de numerosos estudos da psicanálise e afins, enquanto a Teta acaba, por motivos óbvios, sendo de certa maneira preservada no sentido de que ela é como uma deliciosa rainha: nossas fantasias ficam escondidas sob o respeito que devemos a ela.

A primeira vez (que eu me lembre) que vi uma – aliás, duas – foi no meio de um cafezal perto de onde nasci, na Lagoa Seca, em Cafelândia. Era uma moça de pele morena, talvez uma adolescente. Não sei mais quem era. Ela estava trabalhando na roça e, sem perceber que havia alguém olhando, ergueu a camisa e livrou-se do sutiã (que devia estar incomodando).

Eu era um garoto que fazia pouco tinha acabado de ser desmamado. Também não sei mais o que senti. Mas uma coisa ficou pra sempre na minha cabeça: inexplicavelmente, um beija-flor a sondou bem de perto, acho até que o pequeno bico do pássaro atrevido aproximou-se tanto tanto de um de seus mamilos bem escuros, que a fez arrepiar-se e proteger as tetas com as mãos enquanto vestia de novo a camisa listrada.

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One Response to “Homenagem ao Dia da Mulher: tetas que não esquecemos”

  1. Parabéns pelo texto e a simplicidade com que tratou o assunto.
    Não te conhecia, até o dia de hoje 21 de março de 2012 quando fui à Biblioteca Raul Bopp para emprestar um livro e o seu DESRUMO estava em lançamentos.
    Ainda não iniciei a leitura, mas com certeza vou gostar.
    Um grande abraço.