Sessão de cinema

http://www.youtube.com/watch?v=rz45qUrQF8M

Eis aqui minhas impressões sobre alguns filmes que vi há poucos dias: “Coração Louco”, “Armênia” e “A Janela”. Começo por este (“La Ventana”), de 2009, dirigido pelo argentino Carlos Sorín e que retrata o último dia de vida de um escritor de 80 anos (interpretado pelo uruguaio Antonio Larreta). Há obras que chegam a doer na alma pela sua simplicidade. Esta é uma delas. É incrível como um roteiro construído sobre tal simplicidade pode ser tão bom.

A interpretação do veterano ator uruguaio, do mesmo modo centrada numa postura simples, sem efeitos mirabolantes, é ótima. O filme se passa no dia em que Antonio, o velho escritor, aguarda a chegada do filho, um famoso pianista que se mudou para a Europa e há muito tempo não visita o pai. A fotografia, numa área da Patagônia, também tem grandes momentos.

Curtinho. Aproximadamente 80 minutos. Tome um vinho tinto enquanto assiste. Pode ser argentino ou uruguaio.

“Armênia”, do diretor Robert Guédiguian, é um pouco mais velho – de 2006. Lembro-me de ter lido algumas críticas desfavoráveis. E realmente não se trata de um grande filme. O drama também parte de uma relação familiar. Neste caso, a filha médica descobre que o pai está com um sério problema de coração. A relação entre os dois (eles vivem na França) é péssima. Ele se refugia na Armênia, sua terra natal, para onde a filha parte numa “expedição” em busca do pai e do resgate de uma delicada relação.

Como eu disse, não é lá essas coisas. Mas acho que vale a pena por se tratar de uma obra que procura revelar um pouco da Armênia, país próximo à fronteira entre Europa e Ásia, vizinho da Turquia e da Geórgia, por exemplo. Seus contrastes, os costumes de seu povo, as diferenças das velhas para as novas gerações e, acima de tudo, sentimentos tão profundos que atravessam séculos e séculos. Prefiro ver um filme assim a um monte de bomba explodindo no meio da rua e pessoas correndo pra lá e pra cá. E a cena final é de uma emoção ímpar.

Por último, “Coração Louco” (lançamento fresquinho nas locadoras). Direção: Scott Cooper. Também é um filme fraco. Mas a interpretação que deu o Oscar de melhor ator a Jeff Bridges compensa tudo. Jeff Bridges, que aliás está cada vez mais parecido com o Nick Nolte, é um cantor country em franca decadência. Mas põe decadência nisso. Tem uma hora que ele simplesmente para um show para vomitar (ahahahhahaha). É um dos meus atores preferidos e ganhou o Oscar merecidamente. Seu trabalho no filme é grandioso.

Um bom filme para ver tomando uma dose de uísque para relaxar e curtir sem grandes expectativas. Mas atenção: beba com moderação (Bad Blake, o tal cantor, que o diga!).

Veja abaixo trailer de "Coração Louco".

http://www.youtube.com/watch?v=XO0ZaoShkBM

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