Poesia argentina

Veio de Maradona e seus pupilos um pouco de graça para os jogos da Copa da África. A Argentina fez poesia com a bola. Só sua defesa fraquinha escorregou na rima. Mas o resto do time compensou com belos versos que quase não são mais vistos nos gramados. Será o início de um poema épico, tão ao feitio dos argentinos?

Se os portenhos tivessem vencido a Nigéria por 5 a 1 ou 6 a 2, ninguém poderia contestar. Seria um placar mais justo e, de quebra, daria um novo status a essa Copa que começou sonolenta, quase parando. Claro, quem aguentaria Dom Diego? Mas e daí? A graça do futebol está nas polêmicas, nas gozações, nas provocações, nas rivalidades sadias.

Só que o próprio futebol é irônico: às vezes, até ele se esquece da alegria do gol.

Mas é um bom castigo para quem o pratica. Porque todos pensam primeiro em não levar gol. E é incrível como os atletas, mesmo grandes atletas, parecem estar perdendo a intimidade com o gol. Quem viu o jogo da Inglaterra, por exemplo, deve ter pensado desse modo. Como é que os caras chegam tantas vezes na área e, ao invés de chutar para o gol, hesitam, desconfiam de si próprios, preferem jogar a responsabilidade para o companheiro: cruzam, cruzam e cruzam?

Os ingleses chegaram com panca de favoritos, mas saíram do primeiro jogo cabisbaixos. O jogo contra os EUA foi um festival de incompetência, a começar pelo frangaço do goleirão britânico. Como diz o Milton Leite, do Sportv, "Meééu Deééus!".

Quanto aos americanos, nada de especial. O futebolzinho deles é esse mesmo, sempre à espera de um erro do adversário. E Green foi nessa.

Coreia do Sul e Grécia também jogaram neste sábado. Aliás, só a Coreia jogou. Portanto, joguinho de quinta. Não gosto do futebol asiático. É uma correria desenfreada da qual em uma ou outra ocasião deixam a bola fazer parte. Não fazem poesia, apenas um desafinado karaokê duro de assistir.

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