Na cama

Fico me perguntando por que você não me avisou
Se por acaso não conseguiu ver lá na frente
Aquela estrada que um dia iríamos vencer
Se você soubesse como isso incomoda minha mente

Eu seguro tão firme sua mão, aperto tanto
Mas sua mão não está mais grudada em mim
Eu não entendo por que há tantos fantasmas
Que eu sei vão ficar comigo até o fim

Sua mão, seu suor, sua pele e sua voz
Tudo de uma só vez atravessando o ar
Nossos passos de par em par na rua
E todas as vezes que não entramos no mar

Eu puxo a coberta sobre meu corpo frio
O vento é só um grito que não me alcança
No meio da noite eu acordo e levanto
E na cama, sozinho, choro feito criança

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