Poema: Tempo do tempo

Sabe? Você pode me comparar àquela árvore grande prestes a tombar
Mas, saiba, eu não vou cair agora
Porque sou apenas uma muda em busca de ar

Se quiser, lembre-se de mim ao ver o meteoro que cai neste momento
Também estou tentando riscar o céu
Mas apenas com palavras sussurradas ao vento

Veja ali na esquina, ao lado do seu carrão
O garoto de pernas abertas algemado
Bem, eu também estou numa prisão

Sabe? Pode se lembrar de mim olhando para as algemas em suas mãos
Um dia vou sair sorrindo com ele
Deixaremos nossas prisões numa manhã em que o sol nos tornará sãos

De peito aberto, sem fazer grande alarde
Andaremos juntos famintos de liberdade
E ninguém poderá dizer que já é tarde

Lembre-se de mim na velha árvore, no garoto pobre, no meteoro fugaz
Porque estou com eles, estou indo com eles
E você aqui jaz, ouviu? Você aqui jaz

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