Solidão – Texto de Leonardo Brasiliense

Abri o livro e caiu dele uma flor seca. A julgar pelo tamanho das outras, faltavam duas pétalas. Que sofrimento levaria alguém a desistir no mal-me-quer e sepultar esse destino num livro velho da Biblioteca Pública? Me deu vontade de olhar o nome na ficha de retiradas, talvez procurá-lo. Mas pensando bem, conhecer a sua dor para somar-se à minha não ajudaria a nenhum de nós. Arranquei mais uma pétala e guardei a flor no meio do livro. Seja feliz, meu amigo anônimo.

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